O Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, abre o seminário 'The World Without Zionism' (O mundo sem sionismo, 2006).
O Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, abre o seminário 'The World Without Zionism' (O mundo sem sionismo, 2006).

Nos dias que correm, os antissemitas fazem plantão nas redações dos pequenos e grandes jornais, nas agências de notícias, blogs, sites e redes sociais. Nenhuma notícia sobre Israel deve ser publicada sem que sejam utilizados os termos aprovados pelo código de ética desses zelosos antissemitas. Tão seguros eles se encontram hoje no controle das mídias que nem percebem os deslizes que cometem no afã de destruir os judeus através da diabolização de Israel.

Não me dou mais ao trabalho de coletar essas matérias, tão abundantes, variadas e multifacetadas, para um dossiê do futuro, que poderia explicar de modo bastante didático, às gerações vindouras, como foi possível, em pleno século XXI, num mundo tão bem informado, um segundo Holocausto dos judeus.

Seguindo o código de ética dos antissemitas de plantão, as notícias devem fazer os leitores acreditarem que Israel ataca Gaza gratuitamente, numa rotina de ofensivas sem motivação, por pura crueldade. Todo ciclo de ataques e retaliações deve, segundo o código de ética antissemita, ser sempre iniciado pelos israelenses, jamais pelos palestinos. Sempre em resposta, os palestinos revidam, mas só para marcar sua posição de heróica resistência contra os agressores sionistas, em legítima defesa.

Tamanha distorção indica que os antissemitas de plantão se sentem bastante confiantes em suas manipulações dos fatos. Sem se dar mais ao trabalho de tomar cuidado com as palavras na preservação de um mínimo de pensamento lógico, um grande jornal já pode apresentar aos seus leitores, em boa parte doutrinados pelo código de ética antissemita, o revide israelense como um ataque e o ataque palestino como um revide, somando mais um grão de areia na ampulheta antissemita que marca o tempo que resta aos judeus antes da execução do Holocausto II.

4 comentários sobre “ANTISSEMITAS DE PLANTÃO

  1. Mais uma vez, Professor Luiz Nazario, acerta em cheio e expõe a triste realidade nos corredores das principais mídias do mundo. Triste realidade !

    Curtir

    1. Boa noite, li ANTISSEMITAS DE PLANTÃO, mas deixo esse comentário sobre outra questão. Sou estudante de jornalismo da UFSC e estou fazendo uma matéria sobre a Semana de Cinema da UFSC. Você vai participar este ano. O senhor já foi crítico de cinema em diversos órgãos de imprensa como ‘Folha de S. Paulo’ e ‘O Estado de S. Paulo’. Como se pode repassar esse tipo de experiência aos alunos? Obrigado.

      Curtir

      1. As experiências são sempre únicas e não há como “passá-las” adiante. A situação da imprensa na época em que eu exercia a crítica jornalística – também escrevi muito para a revista ‘Set’ e regularmente para a ‘IstoÉ’, era completamente diversa. Naquele tempo, não havia Internet, obter uma informação sobre um filme requeria pesquisa em biblioteca (eu frequentava a do Museu Lasar Segall, perto de minha casa). Tínhamos frequentemente que guardar tudo na memória, pois não se podia rever o filme, como hoje, em DVD… Havia apenas VHS, mas a imagem era ruim e achar uma cena era torturante… Hoje qualquer um tem acesso a tudo on line e digitalmente, pode saber de tudo no mesmo instante, comprar e rever em casa desde os mais raros filmes mudos, antes só exibidos em cinematecas, aos mais recentes lançamentos do cinema e a filmes sequer lançados. Outrora os críticos eram poucos e bem conhecidos dos leitores de jornais e revistas, hoje são legião, criam milhares de blogs, opinam sobre tudo com arrogância absoluta. A imprensa escrita ainda resiste, mas na próxima geração será provavelmente extinta. Só existirão blogs e blogueiros, aos milhões, sem qualquer distinção, hierarquia, autoridade, numa rede cada vez mais horizontal, “democrática” e massificada de informação.

        Curtir

  2. Uma coisa que eu não entendo é que segundo a lógica das notícias, Israel, pais com bomba atômica, tanques e caças e que sempre ataca gratuitamente pela vontade de ocupar e pelo prazer de matar ainda não conseguiu assassinar todos os palestinos ou pelo menos expulsá-los. Se os EUA vão vetar qualquer ação contra o protegido, por que Israel aceita tréguas? A lógica gera um pouco de confusão e por muito tempo eu achei que simplesmente as fotos e as imagens (que são a base da campanha pró-palestina) falassem mais alto do que uma pesquisa critica sobre o assunto. Hoje eu acho que é uma questão de má-vontade com Israel mesmo…

    Curtir

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.